Atir,
a cronista.
R.
Santana
Conhecemo-nos
virtualmente e virtualmente nos separamos. Ela chamava-me de “homem pensante”.
Bondosamente, distinguiu-me desde o início como um homem intelectual e
inteligente, mais cabeça do que emoção. Não me lembro se distinguir-lhe com
algum epíteto, mas se não o fiz, o faço agora: “mulher emoção”.
Entretanto,
faz-se justiça esclarecer para os leitores de raciocínio rápido, que não tirem
conclusões antecipadas. Não pensem que os sentimentos e as emoções fáceis
embotam o raciocínio, ambos podem conviver coesos numa mesma pessoa e Atir goza
desse privilégio. Ela é sensível, carente, sonhadora, emoção quando a ocasião é
cor de rosa. Camaleônica quando lhe é adverso o terreno, deixa de ser emoção e
assume a mulher pensante, articulada e inteligente.
O
nosso país é um celeiro de mulheres inteligentes em todas as áreas
intelectuais, com nomes expressivos nas ciências exatas, nas ciências humanas,
na música, na pintura, notadamente, na literatura, como Adelaide Guimarães,
Lygia Fagundes Telles, Clarice Lispector, Rachel de Queiroz, Joyce Cavalcante,
Cora Coralina, Adélia Prado e tantas outras sumidades das letras que ainda não
tiveram o reconhecimento popular e o reconhecimento da Academia Brasileira de
Letras, porém, a genialidade, o talento e o dom dessas divas com a articulação
da palavra e a construção do pensamento criativo são inegáveis.
A
amizade e o carinho que tenho por Atir não me conduzem ao delírio, à
megalomania, aos adjetivos extravagantes, às palavras irresponsáveis, às
comparações fantasiosas com as nossas principais escritoras, todavia, não é
exagero dizer que Atir, a cronista, possui uma facilidade, um jeito novo de
escrever e brincar com as palavras, os seus textos são claros, inteligentes e
bem humorados.
Quando
eu a conheci, ousei-me sugerir-lhe que diminuísse nas suas crônicas o excesso
de citações e referências acadêmicas e desse mais curso ao seu pensamento e a
sua criatividade. Hoje, os seus textos semanais, publicados no jornal A, são
mais personalizados, ela imprimiu o seu estilo inconfundível, eles trazem sua
marca.
Amante
das letras, apaixonado por todos os gêneros literários, fraco escrevinhador,
invejo a facilidade que ela tem de colocar as palavras no papel. Não é uma
inveja mesquinha, pecaminosa, egoísta, é mais um mistura de impotência e
admiração, se possuísse o seu talento, decerto, não me estrebucharia, agora,
para escrever suas potencialidades de escritora, dizer-lhe que desejo muito
sucesso, que continue escrevendo e divulgando amizade, paz e amor entre os
corações empedernidos, certamente, Jesus tornará o seu fardo terreno mais leve.
Autor:
Rilvan Batista de Santana.
Licença:
Creative commons
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